1904

feito por benfiquistas, para benfiquistas

Primeiro gostaria de dar novamente os parabéns a Quique Flores. Mais uma vez mostrou que sabe escolher as equipas e adequar as sus escolhas às circunstâncias. Tendo em conta o jogo importantíssimo que temos na próxima quinta-feira, na Grécia, o nosso treinador soube gerir muito bem o plantel e obtivemos uma excelente vitória, mesmo sem, permitam-me dizer isto, as nossas "estrelas" mais brilhantes.

Advinhava-se um jogo complicado, a Académica não perdia em casa há um ano mas, ao contrário do que se esperava, o Benfica dominou por completo a equipa de Coimbra (que o ano passado, na Luz, nos humilhou, vencendo por 0-3), fazendo uma exibição segura e organizada durante os 90 minutos de jogo. Entrámos muito bem no jogo, atacando desde logo a baliza adversária e dominando a Académica, mas os minutos foram passando e o jogo do Benfica foi acalmando. Sempre com o jogo controlado, o Glorioso sentia dificuldades em dar profundidade ao jogo, sentindo claramente a falta de um organizador como Katsouranis, C. Martins ou até Aimar. Binya esteve bem a recuperar as bolas e a destruir jogo e Yebda encheu (mais uma vez) o campo, mas nenhum dos dois tem a capacidade natural de sair com a bola controlada e de a entregar criando perigo.

Contudo, Ruben Amorim assumiu um pouco esse papel e, mesmo jogando na direita, pegou no jogo e sempre com grande visão sobre todo o campo, distribui-o de forma irrepreensível, criando boas jogadas de perigo. Até que numa dessas jogadas, numa altura em que o jogo estava adormecido, e depois de uma recuperação de Yebda, a bola sobra para R. Amorim, que faz um grande passe para Nuno Gomes, que segura, espera, olha e inventa, como só ele sabe, um passe que rasga completamente a defesa adversária e descobre o nº 15 que, com grande classe, remata na passada e coloca a bola fora do alcance do guarda-redes. Grande golo, grande jogada.

O jogo arrastou-se para o intervalo, e no recomeço, e mais uma vez, o Benfica entrou muito bem, com muita dinâmica de jogo. Foi logo de seguida que Reyes, um dos homens do jogo (que tanta porrada levou), teve uma jogada de génio e rompeu a defesa dos estudantes, sofrendo falta indiscutível já dentro da área. Sim, indiscutível. Cardozo não perdoou e voltou aos golos, ele que é neste momento o nosso melhor marcador, com 5 golos.

Daqui para a frente o Benfica limitou-se a controlar o jogo. Suazo substituíu Cardozo a meio da segunda parte e a partir daí começámos a jogar melhor, com maior rapidez e criando mais jogadas de perigo.

Nota especial para alguns jogadores: Cardozo tem todas as condições para ser o nosso Júlio Cruz. Esta época tem jogado pouco, com apenas alguns jogos a titular, mas quando é chamado ao serviço, está sempre lá e pronto a facturar, fazendo lembrar o argentino do Inter de Milão, que detém uma média impressionante de minutos/golos por jogo; Ruben Amorim, excelente regresso a confimar que, afinal, é importante na equipa, e aquele que foi a ovelha negra das contratações, afirma-se assim num plantel com mais opções; Nuno Gomes, com uma excelente exibição, e para todos os que o odeiam, ele rubrica exibições deste género, mostrando que, tacticamente, é um dos jogadores mais inteligentes em Portugal, e quem sabe por aí fora...; Reyes fez um jogo excepcional, jogou e fez jogar, e enervou por completos adversários, fazendo o seu jogo, muito serenamente, sofrendo depois as consequências, sendo muito castigado com faltas, algumas duras.

O Benfica continua a crescer, com uma regularidade impressionante, fazendo o melhor arranque de época dos últimos 15 anos e sendo a única equipa europeia ainda sem derrotas no seu campeonato. Há muito que não estávamos habituados a ver o nosso Glorioso a jogar bem (pelo menos muito melhor que nestes últimos anos) e a ganhar. Este jogo foi apenas um prolongamento do excelente trabalho que tem sido feito por Quique Flores e por Rui Costa.

Estamos a criar o nosso caminho, a pouco e pouco, ganhando pontos aos nossos adversários e construindo uma equipa, mas sempre com os pés bem assentes no chão.
Assim chegaremos longe.

0 comentários: